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Geral Feira de Santana-BA

Feiras livres, uma tradição mantida pela Princesa do Sertão

Impossível dissociar Feira de Santana de suas origens. Nascida de um pequeno recinto territorial, onde vaqueiros tropeiros e outros viajantes parav...

26/08/2024 10h42
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Por: Redação Fonte: Prefeitura de Feira de Santana - BA

Impossível dissociar Feira de Santana de suas origens. Nascida de um pequeno recinto territorial, onde vaqueiros tropeiros e outros viajantes paravam para um justo descanso, atraídos pela água farta, topografia regular e bons recursos naturais para alimentação dos animais, logo se transformou em um próspero povoado que não demoraria em mudar de ‘patente’ alcançado, numa brilhante escalada, a liderança insofismável de uma ampla região.

Com esse crescimento sempre esteve presente, talvez com o seu acelerador o comércio a céu aberto, propulsor do desenvolvimento e, por certo, inspirador dos grandes supermercados e shoppings que viriam tempos após. Até 1977, quando o governo municipal, na gestão José Falcão da Silva, implantou o Centro de Abastecimento de Feira (CAF), que representava um novo modelo, ou a modernização do comércio popular, com maior plenitude administrativa e desobstrução do centro da cidade, impondo-lhe o aspecto urbano da desenvoltura socioeconômica que já ostentava, a ‘Princesa’ contava com uma das duas maiores feiras livres do país, somente aproximada pela similar pernambucana da cidade de Caruaru.

Mas o Centro de Abastecimento que poderia determinar a finitude da exuberante feira livre que já ocupava todo o centro da cidade - desde a praça da Bandeira até a avenida Getúlio Vargas -, exatamente onde fora entronizado o busto do presidente da República, em frente ao Feira Palace Hotel, não inibiu a tendência natural do feirense, ou do feirante. Hoje o metropolitano cenário da Princesa, caminhando para os 700 mil habitantes não hostiliza o passado, lembrado no Dia do Feirante - celebrado em 25 de agosto.

As feiras livres estão presentes como a definir os pontos extremos desse território. Assim de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é fácil encontrá-las sempre repletas: vendedores e compradores se associando num incessante vai e vem, movimento involuntariamente ordenado pela meta de comprar e vender de cada um. Com o desaparecimento da antiga feira livre da cidade, para muitos que a viveram ‘a maior do Brasil’, a congênere da Estação Nova parece sucedê-la plenamente.

Ocupando vasta área a feira da Estação movimenta milhares de pessoas aos domingos, entre vendedores e compradores. Frutas, verduras, flores, raízes, confecções, calçados, doces, produtos lácteos, mel, carnes, ervas medicinais, remédios caseiros, peças artesanais, produtos de limpeza e de higiene pessoal, dentre outros, compõem esse ‘universo’ onde o aspecto da relação humana pode ser observado sem artificialidade. O trato entre o feirante e o seu ‘freguês’, como é chamado o comprador, via de regra é bastante cordial, estabelecendo-se e renovando-se vínculos  a cada domingo, dia da feira.

Interessante é que a feira convencional, grande parte dela com uma boa cobertura instalada pela Prefeitura, o que garante aos feirantes e ao público proteção nos dias de chuva ou Sol intenso, como apêndices naturais, que fazem parte um organismo vivo estão a ‘feira do rolo’ ou do cacareco, como preferem alguns, e a “feira dos passarinhos”, projetando esse imenso movimento comercial para novos espaços.
 
Para observadores a “feirinha da Estação’’ diminutivo que deve se mais para expressar carinho, hoje já se equipara ou supera, a grande feira que existiu no centro até 1977. No interior baiano, para esses mesmos analistas, é a mais importante hoje existente. Isso demonstra a indiscutível liderança da Princesa. Vale lembrar também que dentre outras, a cidade ainda conta com as feiras da Cidade Nova, do Tomba, do George Américo e do Sobradinho, todas de grandes dimensões.

Para o visitante, o turista e mesmo o habitante da cidade, que ainda não a descobriu, a feira livre da Estação Nova deve ser vista, visitada, percorrida, independente da obrigação de comprar, porque em um tempo de tanta tecnologia e de inteligência artificial, voltar um pouco às nossas origens nos faz sentir verdadeiramente humanos.



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