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Catedral de Santana: um símbolo religioso de quase 300 anos

Uma história que começou em 1732 em uma vila em processo de formação. De uma pequena capela, que reunia algumas dezenas de devotos fiéis à Catedral...

30/12/2024 10h01
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Por: Redação Fonte: Prefeitura de Feira de Santana - BA

Uma história que começou em 1732 em uma vila em processo de formação. De uma pequena capela, que reunia algumas dezenas de devotos fiéis à Catedral Metropolitana de Feira de Santana, uma jornada de crescimento de quase três séculos, intimamente ligada a um povo trabalhador que se escuda na fé para viver o dia a dia e fazer a terra abençoada por Senhora Santana progredir.

País de predominância católica, o Brasil possui incontáveis igrejas em todas as cidades onde a população professa a sua fé e veneração a determinada santidade. A Cidade Princesa não é diferente e tem como padroeira Senhora Santana, que, merecidamente, tem amplo festejo anual no mês de julho. Assim, naturalmente, a Catedral Metropolitana de Feira de Santana tem como templo-mor a bela Catedral de Santana, muito bem localizada na parte central da cidade, que, apesar de sua topografia regular e plana, registra, exatamente nessa área, uma ligeira elevação, com isso colocando o templo em posição de maior destaque no cenário da zona oeste da urbe.

A história de fé da população feirense em Senhora Santana precede a elevação da vila à Cidade Comercial de Feira de Santana, ocorrida em 1837, uma vez que desde 1732, portanto há quase três séculos (292 anos), surgia a pequena capela onde a população, ainda numericamente reduzida, se reunia para orar, fazendo seus pedidos e agradecendo as graças alcançadas. O local da edificação, doado pelo casal português Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, era denominado Alto da Boa Vista, pelo fato de apresentar uma ligeira elevação em relação à área central da vila e, principalmente, pela acentuada posição de destaque diante do declive existente na área próxima, que seria denominada de Tanque da Nação.

A igreja consagrada a Senhora Santana tornou-se Matriz em 1847, mas antes disso sua importância já extrapolava os ditames da fé católica, uma vez que em 1833, no íntimo daquelas paredes pintadas de cal, foi realizada a primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Feira de Santana. Em 19 de março de 1846, a igreja ganhou maior importância com a instalação da Freguesia, o que significa, de forma simples, uma maior concentração de paroquianos e, com isso, Feira teve o primeiro vigário, sendo elevado ao cargo o padre capelão José Tavares da Silva.

Todavia, a instalação oficial da Freguesia só iria acontecer um ano após, no dia 24 de maio de 1847. O título de vigário passou pouco tempo depois a ter a designação de pároco, assim como intendente passou a ser prefeito, mas em ambos os casos sem qualquer prejuízo ou alteração funcional. A igreja matriz dispunha de uma área livre, ou praça, que passou a funcionar como cemitério e ali, dentre outras pessoas, teria sido sepultado o corpo de Lucas Evangelista de Souza, o Lucas da Feira, um escravo fugitivo que figura na história feirense como um bandoleiro. Há quem defenda a sua memória, vendo-o como um homem revoltado contra a sociedade, mas pelo que se sabe, Lucas foi sepultado em um espaço da praça, em 25 de setembro de 1849, depois de enforcado no local onde hoje existe a Praça Dom Pedro II, no final da Avenida Senhor dos Passos. Em 1847, além da instalação da Freguesia, a igreja foi elevada à condição de Matriz.

Em 24 de julho de 1962, a Matriz foi elevada à Catedral de Santana, devido à criação, pelo Papa João XXIII, da Diocese de Feira de Santana. O templo-mor do catolicismo da Cidade Princesa teve alterações arquitetônicas indispensáveis ao longo de sua história, de uma pequena capela de vila à Catedral de uma metrópole cosmopolita, como é nos dias atuais. A edificação é classificada como um estilo misto que abriga traços predominantemente da arquitetura colonial, mas com reconhecidos contornos do ogival ou neo-gótico.

As belas torres do templo foram construídas em 1913, graças ao trabalho do feirense Monsenhor Tertuliano Carneiro da Silva, que foi vigário da Matriz de 1908 a 1927. Ele também promoveu a reforma do Altar-Mor, colocando um quadro e anjos. Tertuliano Carneiro, que era muito querido pelos paroquianos, foi homenageado na ocasião do transcurso das suas Bodas de Prata Sacerdotais. Ele foi Capelão do Campo Santo, em Salvador, onde faleceu em 4 de abril de 1933.

Com o passar do tempo, a Catedral de Senhora Santana tem sofrido algumas modificações, independentes de intervenções necessárias no trabalho de manutenção. Segundo pesquisadores, no templo original havia um painel com Cristo Crucificado e, um pouco abaixo, uma imagem de Santana com Nossa Senhora. A parte externa do prédio é mantida incólume a alterações. No frontispício da igreja, há três grandes portas almofadadas e cinco janelas, três em ogiva e duas no estilo colonial. Há ainda um relógio eletrônico e sinos eletrônicos. Na parede interna, no lado direito, há um importante registro da visita de Dom Pedro II em 1859.

Em 1977, o prefeito José Falcão da Silva promoveu o fechamento da Praça da Catedral, onde há um coreto, com grades de proteção, e o logradouro passou a ser denominado Praça Padre Renato Galvão, uma justa homenagem ao religioso que durante muitos anos foi pároco da igreja, desenvolvendo um trabalho de nível e associando o caráter humanitário e a simplicidade do seu viver. Há também uma imagem de Nossa Senhora de Fátima protegida por uma redoma de vidro. Na área externa, lado direito do templo (para quem chega), está a estátua do Padre Ovídio de São Boaventura, que é o patrono da praça contígua. O padre foi uma das figuras religiosas mais importantes do município e sua imagem, vista ao lado da Catedral, é um justo preito ao seu trabalho.

Recentemente, a Prefeitura Municipal promoveu a restauração dos bancos e da pavimentação da área externa da praça, dando um moderno e agradável visual ao logradouro, sem interferir na sua originalidade.

Por Zadir Marques Porto



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