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ELETRÔNICA – UM RAMO DO COMÉRCIO QUE SOFREU MUITAS MUDANÇAS

No comércio, o segmento eletrônico sempre foi muito forte em Feira de Santana, verdadeiro abastecedor da sua grande região e de tantas outras. Há m...

06/03/2025 09h06
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Por: Redação Fonte: Prefeitura de Feira de Santana - BA

No comércio, o segmento eletrônico sempre foi muito forte em Feira de Santana, verdadeiro abastecedor da sua grande região e de tantas outras. Há mais de meio século atuando na área, que conhece como poucos, Flávio Almeida lembra muito do que ocorreu no início de sua vida profissional, ressalta as dificuldades atuais, mas conclui externando a sua felicidade.

As mudanças no segmento da eletrônica nos últimos tempos têm sido múltiplas e numa brevidade inesperada, por conta do avanço tecnológico. Mas para quem já tem mais de meio século na atividade com competência, é muito mais para recordar do que reclamar ou pensar em desistir. É o caso de Flávio Almeida, proprietário da Eletrônica Pioneira, instalada no número 44 da Rua Artur Cordeiro, local conhecido como Beco de Miguel das Ervas, no centro da cidade.

Nascido na cidade de Brejões, Flávio veio para Feira de Santana ainda menino e, logo aos 12 anos, começou a trabalhar na Eletrônica Meca, na Rua J.J. Seabra (Rua do Sol), propriedade de José Gomes, irmão do médico e deputado Miraldo Gomes e do advogado Djalma Gomes, já falecidos, dos quais fala com profundo respeito e admiração, já que foi criado pela família Gomes.

“Na verdade, aprendi tudo na Meca, com José Gomes, muito inteligente e que não se omitia de ensinar”, ressalta. O mercado eletrônico tornou-se muito forte nas décadas de 1970, 1980, 1990 e parte dos anos 2000, tanto que a Rua J.J. Seabra era referida como “a rua das eletrônicas”. Num rápido vislumbre, ele estima que havia cerca de 13 a 15 lojas especializadas ali. “Tinha o Tostinha, Osvaldo César, Arlindo, Djalma, Vivaldo, José Gomes, Everaldo, Miguel da Hertz e outros que neste momento não lembro”.

O movimento nas lojas era intenso, com uma grande saída de peças como autofalantes, válvulas, transmissores, baterias para rádio, fitas cassete, decks, receivers, antenas, fios, fontes, receptores de rádio, projetores de som (cornetão), eletrodos, aparelhos de rádio (receptores), caixas de som, gravadores, dentre outros itens. Em 1980, para atender ao público com mais brevidade e atenção, José Gomes, proprietário da Eletrônica Meca, implantou a SANJI, primeira fábrica de autofalantes da região, que ficava sediada na Avenida Contorno, Cidade Nova. Todavia, foi ainda mais marcante a Fábrica de Antenas HERTZ, também no denominado “Beco de Miguel das Ervas”.

“Foi no final da década de 1970, salvo engano, por aí. Uma verdadeira revolução. As transmissões da televisão ainda eram em preto e branco, com muita deficiência, o que desencantava e irritava muitos telespectadores. As antenas fabricadas por Miguel tinham 12 metros de altura e proporcionavam uma enorme melhora na captação dos sinais da televisão”, recorda Flávio. O sucesso do equipamento foi enorme. “Eram caras, mas havia uma procura muito grande. Cheguei a vender de 40 a quase 100 num só dia para outras cidades”, lembra com precisão Flávio.

Como o comércio de Feira de Santana sempre funcionou como abastecedor da região e grande parte do interior baiano, as casas de produtos eletrônicos da J. J. Seabra tinham a responsabilidade de atender a essa demanda, o que veio a sofrer uma sensível mutação com o surgimento do Feiraguai e os produtos originários da China. Flávio observa que “antes, as peças, os componentes, tudo era feito para durar muito tempo, 30, 40 anos. Hoje ocorre de forma inversa, para a fábrica vender mais”.

Por isso mesmo, muitas marcas famosas desapareceram, saíram do mercado ou deixaram de produzir, como a Motoradio, Novik, Bravik e Allen. “As dificuldades do comércio de produtos eletrônicos também aumentaram devido à ampla concorrência e os impostos, que praticamente inviabilizam a estabilidade do comerciante”, ressalta. Todavia, aos 70 anos (sua aparência não demonstra essa idade), Flávio Almeida diz que se sente bem na atividade, que só foi interrompida uma vez, quando ainda era muito jovem. “Passei cerca de um ano em Tocantins, como responsável por uma empresa de construção civil. Foi bom porque vi que meu ramo é a eletrônica.”

Católico, integrante da Pastoral do Batismo na Preparação de Pais e Padrinhos da Igreja localizada no Feira X, torcedor fiel do Fluminense de Feira, frequentador do Feira Tênis Clube – isso lhe traz muita saudade – e que no futebol gostava de atuar como meia direita, Flávio Almeida é casado com a professora Cássia, pai de Flávia (enfermeira) e Ricardo (advogado) e tem três netos: Flávia, Flávio e Breno. Ele se diz um homem feliz. “Minha maior preocupação sempre foi possibilitar uma boa educação, uma boa formação, para meus filhos, e isso, graças a Deus, consegui. Não tenho do que reclamar, pelo contrário, agradeço a Deus!”.

Por Zadir Marques Porto



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